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Sunday, June 24, 2007

TRANSFORMAÇÃO PARA RENOVAÇÃO



Somente há uns dois anos atrás tive a oportunidade de ver e ouvir atentamente um DVD de Yanni, de nome “Tribute”, de um show que foi gravado nos dois lugares onde foi apresentado, em 1997: no Taj Mahal, em comemoração aos 50 anos de independência da Índia e na Cidade Proibida da China. Tal experiência tocou tão profundamente a minha alma, aquela música diferente, me fazia chorar e rir ao mesmo tempo. E o próprio DVD fala de como ele compõe, do significado da música para ele, e identifiquei-me com tudo, mas não sabia ainda dizer o quanto isto iria me influenciar, no sentido de buscar dentro de mim, a minha música mesmo não sendo uma compositora, mas como intérprete, a minha maneira de fazer o diferente, de tudo o que já havia feito antes. Mergulhei em mim, com esta vontade de transformação interior para esta renovação. E hoje, enfim, vejo um projeto que estou trabalhando juntamente com uma equipe de adeptos, músicos, produtores e amigos, que possivelmente levaremos para fora do país, mas antes faremos um show aqui mesmo em Aracaju, no próximo dia 31 de julho. A todos os que estão comigo neste objetivo, manifesto aqui a minha mais profunda gratidão. E transcrevo abaixo palavras de sabedoria que, dentre outras coisas, me motivaram neste encontro de transformação, porque tudo começa dentro de nós, para que se materialize.



A VISÃO ASSUSTADORA DE NAROPA


Naropa era um grande erudito, um grande sábio, tinha milhares de discípulos. Um dia estava sentado, com milhares de escrituras antigas e raras à sua volta. Ele acabou adormecendo, pois estava muito cansado, e teve uma visão.
Ele viu uma mulher velha, extremamente velha, horrorosamente feia - uma bruxa. Ela era tão feia que ele começou a tremer no sonho. Era tão nauseante que ele queria escapar, mas para onde poderia ir? Estava preso, como se hipnotizado pela bruxa. Seus olhos eram magnetos. “ O que você está estudando?” perguntou a velha.
“Filosofia, religião, epistemologia, linguagem, gramática, lógica”, ele respondeu.
A velha tornou a falar:
“Você entende tudo isso?”
Naropa disse que sim, é claro que entendia.
“Mas você entende as palavras ou o sentido?” perguntou novamente a velha.
Já haviam perguntado milhares de coisas a Naropa, em sua vida, milhares de estudantes, sempre perguntando, questionando. Contudo, ninguém havia perguntado isso: se ele entendia as palavras ou o sentido. E os olhos da mulher eram penetrantes, olhos que iam ao mais fundo do ser, era impossível mentir para ela. Para qualquer outro ele teria dito que entendia o sentido, obviamente, mas para essa mulher, essa mulher medonha, ele tinha que dizer a verdade:
“Eu entendo as palavras.”
A mulher ficou muito feliz. Começou a dançar e a rir, e sua feiúra se transformou : uma beleza sutil começou a surgir nela. Naropa pensou: “Ela ficou tão feliz. Por que não deixá-la ainda mais feliz?” Então ele disse:
“ Mas também estou entendendo o sentido.”
A mulher parou de rir e de dançar. Começou a chorar e toda a sua feiúra voltou, mil vezes pior. Naropa perguntou:
“Porque você está chorando? E por que estava rindo e dançando antes?”
Ela respondeu:
“Estava feliz porque um grande erudito como você não havia mentido. Mas agora estou chorando porque mentiu para mim. Eu sei, e você sabe, que você não entende o sentido.”
A visão desapareceu e Naropa havia sido transformado. Fugiu da universidade e nunca mais tocou em uma escritura em sua vida. Tornou-se completamente ignorante, pois entendeu que a mulher não era ninguém de fora, era apenas uma projeção. Era o próprio SER de Naropa que, através do conhecimento, havia se tornado tão feio. Bastou essa pequena compreensão,
a de que ele não entendia o sentido, para que a feiúra se transformasse em algo belo.
A visão de Naropa é muito significativa. A menos que você sinta que o CONHECIMENTO é inútil, você nunca estará à procura da SABEDORIA. Você irá carregar a moeda falsa, pensando tratar-se de um tesouro verdadeiro. Você precisa perceber que o conhecimento é uma moeda falsa, pois não é conhecer, não é saber. No máximo o conhecimento é algo intelectual: o mundo foi entendido, mas o sentido se perdeu.

A verdade é sua própria experiência, sua própria visão. Mesmo que eu tivesse visto a verdade e a contasse a você, no momento em que eu a contar, ela se tornará uma mentira para você, não uma verdade. Para mim, era uma verdade, para mim veio através dos olhos. É minha visão. Mas não será sua visão, será algo emprestado. Será uma crença, SERÁ CONHECIMENTO, MAS NÃO SABER. E, se você começar a acreditar nela, estará acreditando em uma mentira.
Então lembre-se: mesmo uma verdade se torna uma mentira se entrar em você pela porta errada.
A verdade precisa entrar pela porta da frente, pelos olhos. A verdade é uma visão, precisa ser vista com seus próprios olhos.


Osho em “O Livro da Transformação”.

Sunday, June 17, 2007

TUDO É NECESSÁRIO


Tudo, absolutamente tudo é necessário. A frase do título desta postagem eu a vi no consultório do brilhante terapeuta transpessoal, e meu amigo Antonio José de Mello Marques, e não sei de quem é a autoria. Confesso que a princípio não concordei muito, mas, após algum tempo vi que é a mais absoluta verdade, embora existam pessoas que acham que a verdade não é absoluta, e respeito esta posição. Bem, aprendemos com tudo e com todos, e a dor nos aponta algo que está errado em nós e não no outro ou no que está fora de nós, e não é estalando os dedos e dizendo simplesmente "já passou", e buscarmos uma fuga para não enxergar o que se passa que iremos resolver, porque ela certamente voltará, e com mais intensidade. Se quizermos melhorar o mundo, o que achamos injusto ou incorreto, temos que desejar e buscar sinceramente melhorar o que está dentro de nós, e a dor serve como termômetro para isto, e uma pessoa mui querida até já escreveu no seu blog sobre isto com o título de "dor curativa". Mas não iremos "carpir" ou "curtir" a dor, porque não é assim que resolveremos, e sim ter um olhar muito honesto para com o que está lá dentro para que possamos acolher isto como verdadeiro, e assim,resolvermos.
No meu círculo de amigos e familiares, sempre fui cobrada quando estava triste quando me diziam: " A sua força está na sua alegria", porque o meu natural é realmente estar alegre, e um amigo também me escreveu uma vez me dizendo:
"Conserve esta alegria que é o que cinge as pessoas que ama e que te amam".
Assim, recentemente passei por um momento dêsses, onde uma dor profunda chegou até a mim e como "Viver é afinar o instrumento, de dentro prá fora, de fora prá dentro", segundo Walter Franco em Serra do Luar, reconheci que diante de um estímulo externo, que fez com que a dor brotasse em mim, busquei os meus mecanismos que já sei que são eficazes, verbalizei o que estava sentindo, sentindo, visualizei a minha casa interior, fiz uma faxina, para que a dor não se cristalizasse em sofrimento. Somos todos reflexos um do outro mesmo, e somos todos meros pretextos para nos apontarmos formas de nos conhecermos melhor e crescermos, enquanto seres espirituais tendo experiências humanas, nesta escola planetária. E como artista, como cantora, tenho muito mais ainda que estar consciente disto, porque a arte é o maior instrumento para tocar a alma das pessoas, para transformar-nos a nós artistas e todos e tudo o que nos rodeia. E nada de sofrimento. Quero aprender a ser como as velhinhas personagens do texto que transcrevo abaixo, como um presente que me veio através da minha amiga Lenora, filha do meu querido amigo e compositor João Mello, a quem registro aqui a mais profunda gratidão.


Preguiça de sofrer

Zuenir Ventura (20.07.2006)


Há 26 anos, elas cumprem uma alegre rotina: às sextas-feiras pela manhã sobem a serra e descem aos domingos à tarde, quando não permanecem a semana toda lá, em sua casa de Itaipava, distante hora e meia do Rio. São quatro irmãs de sobrenome Sette - Mily, a mais velha, de 86 anos; Guilhermina (84), Maria Elisa (76) e Maria Helena (73) - mais a cunhada Ítala (87), a prima Icléa (90) e a amiga de mais de meio século, Jacy (78).
O astral e a energia da "Casa da sete velhinhas" são únicos. Elas cuidam das plantas, visitam exposições, assistem a shows, lêem, jogam baralho, conversam, discutem política, vêem televisão, fazem tricô, crochê e sobretudo riem. Só não falam e não deixam falar de doença e infelicidade. Baixaria, nem pensar.
Quando preciso tomar uma injeção de ânimo e rejuvenescimento, subo até lá, como fiz no último sábado. Já viajamos juntos algumas vezes, como a Tiradentes, por cujas redondezas andamos de jipe, o que naquelas estradas de terra é quase como andar a cavalo. Tudo numa boa.
Elas têm uma sede adolescente de novidade e conhecimento. Modéstia à parte, são conhecidas como "As meninas do Zuenir". Me dão a maior força. Quando sabem que estou fazendo alguma palestra no Rio, tenho a garantia de que a sala não vai ficar vazia. São meu público cativo e ocupam em geral a primeira fila.
Numa dessas ocasiões, com a casa cheia, elas chegaram atrasadas e fizeram rir ao se anunciarem a sério na entrada: "Nós somos as meninas do Zuenir."Nos conhecemos nos anos 70, quando morávamos no mesmo prédio no Rio e Maria Elisa, que é química, passou a dar aulas particulares de matemática para meus filhos, ainda pequenos, de graça, pelo prazer de ensinar.
Depois nos mudamos,continuamos amigos e nossa referência passou a ser a casa de Itaipava, onde minha mulher e eu temos um cantinho, um pequeno apartamento na parte externa da casa, os "Alpes suíços". No começo o terreno não passava de um barranco de terravermelha. Hoje é um jardim suspenso, com árvores e flores variadas que constituem uma atração para os pássaros.
Dessa vez, não cheguei a tempo de ver a cerejeira florida, mas em compensação assisti a uma exibição especial de um casal de papagaios. O interior da casa é um brinco, não fossem elas meio artistas, meio artesãs, todas muito prendadas, como se dizia antigamente. Helena e Jacy, por exemplo, tecem mantas e colchas de tricô e crochê que já mereceram exposições. Mily desafia a idade preferindo as novas tecnologias e a modernidade, sem falar no vôlei, de que é torcedora apaixonada. Sabe tudo de computador e, com Jacy, freqüenta todos os cursos que pode: de francês a ética, de inglês a filosofia. Na parede, Tom Jobim observa tudo.
A foto é autografada para Elisa, de quem ele foi colega no Andrews. Aliás, nesse colégio da Zona Sul do Rio, Guilhermina trabalhou 53 anos, como secretária e professora de Latim, que ela ensinava pelo método direto, ou seja, falando com os alunos. Ficou muito feliz quando na praia ouviu, vindo de dentro do mar, o grito de alguém no meio das ondas, provavelmente um surfista: "Ave, magister! "Amiga de personagens como o maestro Villa-Lobos, ela ajudou ou acompanhou a carreira de dezenas de jovens que passaram por aquele tradicional colégio, cujo diretor uma vez lhe fez um rasgado elogio público, ressaltando o quanto ela era indispensável ao educandário. No dia seguinte, ela pediu as contas, com essa sábia alegação: "Eu quero sair enquanto estou no auge, não quando não souberem mais o que fazer comigo". Foi para casa e teve um choque, achando que não ia suportar a aposentadoria. Durou pouco, porque logo arranjou o que fazer. É tradutora e gosta muito de etimologia: adora estudar a vida das palavras desde suas origens, principalmente quando são gregas.
Ah, nas horas vagas faz bijuterias. Para explicar como se desvencilhou do vazio de deixar um emprego de 53 anos ecomeçar nova vida já velha, Guilhermina usou uma frase que se aplica a todas as outras seis velhinhas e que eu gostaria de adotar também: "Tenho preguiça de sofrer.
"Não são o máximo as meninas do Zuenir?

"Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional." (Roberto Shinyashiki)


"Faça uma pequena coisa na vida mantendo uma percepção relaxada. Quando você estiver comendo, coma com totalidade: mastigue com totalidade, saboreie com totalidade, cheire com totalidade. Toque seu pão, sinta sua textura. Mastigue-o, deixe que se dissolva em seu ser e permaneça consciente - você estará meditando. Então a meditação não estará separada da vida.
Sempre que a meditação é separada da vida, algo está errado. Ela se torna negação da vida. Nesse caso a pessoa começa a pensar em entrar para um mosteiro ou ir para uma caverna no Himalaia. Nesse caso a pessoa que escapar da vida, porque a vida parece ser uma distração da meditação.
A vida não é uma distração, a vida é uma ocasião para a meditação."
Osho

Isto é estar "inteiro" no momento vivido.
Beijos com amor
Gwen
NAMASTÊ!!!





Thursday, June 14, 2007

"ENCANTAMENTO SEM ESTÍMULO PRÉVIO"


Sim, esta a capacidade de "encantamento sem estímulo prévio" do qual Martha Medeiros fala logo mais abaixo, que deveríamos ter, para podermos avaliar com critérios justos todas as formas de arte. E então não só bastam talento e esforços em nome de um aprimoramento de tecnica, inspiração e dedicação, e energia de amor, no que fazemos? Infelizmente o que acontece é que somos levados a acolher e escolher aquilo que a mídia e a imprensa de uma forma geral aclama, o que tem já consagração e reconhecimento público, como é ilustrado abaixo neste texto que ora transcrevo.
O VIOLINISTA NO METRÔ
texto de Martha Medeiros
Aconteceu em janeiro.
O jornal Washington Post convidou um dos maiores violinistas do mundo, Joshua Bell, para tocar numa estação de metrô da capital americana, a fim de testar a reação dos transeuntes.
Desafio aceito, lá foi Bell, de jeans e camiseta, às oito da manhã, o horário mais movimentado da estação, para tocar no seu Stradivárius de 1.713 (avaliado em mais de US$ 3 milhões), melodias de Bach e Shubert.
Passaram por êle 1.097 pessoas; sete pararam alguns minutos para ouví-lo. 27 largaram lá algumas moedas, e uma única mulher o reconheceu, porque havia estado em um dos seus concertos, cujo valor médio do ingresso é de US$ 100.
Todos os outros usuários do metrô estavam com pressa demais para perceber que ali, a dois metros de distância, tocava um instrumentista clássico, respeitado internacionalmente.
Não me surpreende.
Vasos da dinastia Ching, de valor incalculável, seriam considerados quinquilharias, se misturados à quaisquer outros numa feira de artesanato ao ar livre.
Uma jóia rara correria o risco de ser ignorada se fosse exposta numa lojinha de bijuterias, e ninguém pagaria mais de R$ 40 por uma escultura do mestre Aleijadinho, que estivesse misturada a anjos de gêsso vendidos na beira da estrada.
Desinformados, raramente conseguimos destacar o raro do medíocre.
Esta história do violinista demonstra que não estamos preparados para a beleza pura: é preciso um mínimo de conhecimento para valorizá-la. E demonstra também que temos sido treinados para gostar do que todo mundo conhece.
Se uma atriz é muito comentada, se uma peça é muito badalada, se uma música é muito tocada no rádio, estabelece-se que elas são um sucesso e ninguém questiona. São consumidas mais pela insistência do que pela competência, enquanto que competentes holofotes passam despercebidos.
Gostaria muito de ter circulado pela estação de metrô, em que tocava Joshua Bell. Não por admirá-lo: prá ser franca, nunca ouvi falar desse cara. O que eu queria era testar minha capacidade de encantamento, sem estímulo prévio. Se ainda consigo destacar o raro sem que ninguém o anuncie. Tenho a impressão de que eu pararia para escutá-lo, mas talvez eu esteja sendo otimista. Vai ver eu também passaria apressada, sem me dar conta do tamanho do meu atraso.
Meus links no youtube:


Sunday, June 10, 2007

EXPERIÊNCIA




Na vida, no cotidiano, fora de nós, vivemos realmente situações que nos levam cada vez mais ao irreal, ao ilusório, de um mundo criado cheio de exigências criadas por uma racionalidade egóica, e cheia de situações que nos levam a valorizar mais o que é temporário e que tem fator secundário no nosso crescimento pessoal, e a cada vez mais representarmos papéis, e nos cobrindo de máscaras, e nos distanciando cada vez mais do que somos em essência. É assim que, muitas vezes, como cantora, como artista, sinto-me cada vez mais estranha num mundo onde percebemos que somente aqueles que já têm seu nome consolidado por uma aceitação em massa, pela consagração pública, merecem uma certa distinção dos empresários, porque já têm a tal chamada "experiência". Mas como adquirirmos a tal experiência se as chances não nos são dadas nem sequer de sobreviver com dignidade, em alguns casos de muitos de nós que começa, e como irmos para novos horizontes, e buscarmos espansão do nosso exercício, da nossa criatividade, se a dor, a impotência, nos priva de tal experiência? E o que é a tal experiência?


Assim, transcrevo abaixo uma mensagem que me foi enviada por um grande amigo daqui da terrinha, que está lá, do outro lado do Oceano, na Espanha, o meu mui querido amigo José Carlos Antonio Freitas Torres. Eis a mensagem:

Exatamente ha dois anos (09/06/2005 - 09/06/2007), encaminhei a seguinte mensagem para alguns da lista. Vale a pena lembrar, pois minha consideraçao, admiraçao, respeito, amizade, amor, só tem crescido, aumentado. Ainda bem que o coraçao é sempre uma estrella nova continuamente em expansão.

Um beijo.

Num processo de seleção da Volkswagen, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: "Você tem experiência?"
A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e ele, com certeza, será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia, e acima de tudo por sua alma.
REDAÇÃO VENCEDORA: "Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo. Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro. Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade. Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: 'Qual sua experiência?'. Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência... Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência? Não!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experiência? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova?"


Esta é mesmo uma conclusão real, que foge a qualquer parâmetro ditado pelo cotidiano, em nossa sociedade dita civilizada, e, por assim ser, é realmente genial, e que deveria assumir a maior importância em nossas vidas.

Um beijo para todos

Gwen.
NAMASTÊ!!!